Unicamp apresenta projetos de inovação ao Banco dos Brics na China
Discussões em torno de projetos de inovação na Unicamp e da instalação do Hub Internacional de Desenvolvimento Sustentável (HIDS) encerraram na segunda-feira (18) a segunda etapa da visita da delegação da universidade à China, que foi iniciada no dia 14 de março, em Shangai.
Liderado pelo reitor Antonio José de Almeida Meirelles, o grupo chegou à China no dia 7 de março e visitou universidades, institutos de pesquisa e a embaixada brasileira em Pequim. Foram 11 dias de viagem finalizados com visitas ao Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) — o chamado Banco dos Brics — e às universidades de Shanghai e de Fudan.
O NBD é um banco de desenvolvimento multilateral fundado pelos Brics — organização formada pelos governos de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, com sede em Shanghai. No dia 14 de março, a delegação brasileira se reuniu com a presidente da instituição financeira, Dilma Rousseff. No encontro, foram apresentados os objetivos da missão da Unicamp à China, bem como os projetos futuros referentes à inovação e ao estágio de implantação do HIDS — área de aproximadamente 11 milhões m² no campus de Barão Geraldo, em Campinas, que pretende harmonizar a convivência de empresas de tecnologia e áreas residenciais, com soluções urbanísticas sustentáveis.
De acordo com o reitor, a presidente “expressou muito interesse” nas iniciativas na área de inovação. “Ela explicou que o banco não disponibiliza financiamentos a fundo perdido, mas pode financiar projetos cooperativos com empresas, especialmente no contexto do HIDS, seja através da própria empresa ou via empréstimo soberano com garantia governamental”, disse o reitor. Neste encontro, também estiveram presentes membros da equipe diretiva do banco, os executivos Marco Tulio, Aguinaldo Barbieri e Marcos Igreja.
O grupo foi recebido pelo reitor Liu Changsheng na Universidade de Shanghai, instituição com a qual a Unicamp já possui acordo. O objetivo do encontro foi definir ações para desenvolver atividades de cooperação, incluindo intercâmbio de alunos de graduação por pequenos períodos de tempo e programas sanduíche e de cotutela na pós-graduação.
O reitor conta que, assim como a Unicamp, a Universidade de Shanghai é uma instituição de pesquisa abrangente, envolvendo diversas áreas de conhecimento. “Na sequência, serão realizados encontros online que permitirão definir os detalhes da colaboração e as áreas mais promissoras nas quais desenvolvê-la”, disse o reitor.
Na Fudan University, os brasileiros foram recebidos pelo vice-reitor Chen Zhimin e pela coordenadora do departamento de cooperação internacional da Fudan, Liu Siyuan, que esteve na Unicamp no segundo semestre de 2023, quando da realização do encontro da FLAUC (Fudan Latin America University Consortium). “Neste caso, já temos uma colaboração bem estabelecida nas áreas de economia e sociologia, envolvendo intercâmbio de docentes e pós-graduandos, publicações conjuntas e organização de mesas de discussão no Fórum de Shanghai”, contou o reitor. Segundo ele, um memorando de entendimento deverá aprofundar a cooperação nessas áreas e ampliá-la para outros setores.
Ainda na Fudan, o grupo da Unicamp conversou sobre possibilidades de colaboração em inteligência artificial (IA), especialmente nas áreas de saúde, bem-estar, agricultura e políticas públicas. “Conversamos ainda sobre a ampliação de nossa participação nas Escolas de Verão organizadas pela Fudan, considerando também que há alguma possibilidade de obter financiamento do governo local”, revelou o reitor.
Outras visitas em Pequim
No início da visita à China, em Pequim, a delegação da Unicamp visitou a Renmin University of China (RUC), a Chinese Film Archive (CFA) e a Beijing Film Academy.
Na RUC, o grupo foi recebido pelo presidente Lin Shangli em audiências das quais participaram membros responsáveis pelas áreas de pós-graduação, de relação e cooperação internacionais, de artes, química, economia, economia agrícola e ciências ambientais. Discutiu-se ainda a realização de um novo acordo de cooperação e a possibilidade de as duas instituições criarem um centro de pesquisa conjunto em torno da temática ambiental e de mudanças climáticas.
O reitor explica que o Chinese Film Archive é também o China Film Art Research Center e possui programas de pós-graduação e de pós-doutorado. De acordo com o reitor, eles são responsáveis pela preservação dos arquivos filmográficos chineses e por pesquisas no tema de cinema e produção de películas. “Eles promovem festivais de filmes chineses, na China e no mundo, e divulgam filmes estrangeiros na China”, explica ele. O grupo foi recebido pela diretora do CFA, Sun Xianghui.
“Como parte da celebração dos 10 anos de Instituto Confúcio na Unicamp e dos 50 anos de relações diplomáticas entre a República Popular da China e o Brasil, pensamos na possibilidade de iniciarmos a cooperação promovendo conjuntamente um festival de filmes chineses na Unicamp ainda no segundo semestre deste ano”, contou o reitor.
De acordo com Meirelles, as direções do Instituto de Artes e da Diretoria Executiva de Relações Internacionais (Deri) e a área de cooperação internacional do CFA ficaram de discutir a possibilidade de cooperação, com intercâmbio de professores e alunos e acesso aberto aos arquivos de cada instituição.
Na Beijing Film Academy, a delegação da Unicamp foi recebida por Yu Jiahong, que é diretor associado da instituição, e pela diretora da área de intercâmbio e cooperação internacional, Li Ran. “A Academia de Filmes de Pequim é, de fato, uma universidade em torno de toda a temática da produção cinematográfica”, disse Meirelles.
Além do reitor, a pró-reitora de pós-graduação, professora Rachel Meneguello, e o diretor do IA, Fernando Hashimoto, discutiram com seus colegas as possibilidades de cooperação, envolvendo o intercâmbio de alunos e professores e a realização de disciplinas e cursos em conjunto.
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