Com capital simbólica em Santos, governador anuncia criação de distrito turístico
Tarcísio de Freitas também autoriza novo Museu Ferroviário em ato pelos 261 anos do nascimento de José Bonifácio, patrono da Independência
Com a transferência simbólica da capital estadual para Santos, o governador Tarcísio de Freitas assinou nesta quinta-feira (13) o decreto que cria o sétimo distrito turístico do estado na cidade. A ação organiza áreas estratégicas com foco no desenvolvimento econômico a partir da atividade turística, com impacto local e regional. Na ocasião, Tarcísio anunciou também o aporte de R$ 9 milhões para a implementação do Museu Ferroviário de Santos.
“Hoje é um dia de celebrar o legado de José Bonifácio e também de celebrar o turismo em Santos. Estamos assinando o decreto que cria o segundo distrito turístico urbano do estado de São Paulo, que é justamente o de Santos”, afirmou Tarcísio. “É uma ferramenta importante que vai nos permitir trazer novos investimentos para impulsionar ainda mais o turismo da cidade”, acrescentou o governador.
A mudança provisória da sede do Governo de São Paulo para Santos acontece anualmente em homenagem a José Bonifácio de Andrada e Silva, conforme lei estadual, e foi acompanhada de ato cívico em que o governador recebeu a medalha que homenageia o patrono da Independência. Participaram do ato o secretário estadual de Turismo e Viagens, Roberto de Lucena, deputados, prefeitos e vereadores, além de lideranças turísticas e culturais da Baixada Santista.
O distrito turístico de Santos é formado por localidades de destaque como o Centro Histórico – Valongo, a Vila Belmiro e o Mercado Municipal. O modelo de organização foi desenvolvido pela Secretaria de Turismo e Viagens, em parceria com a prefeitura, e apoio de entidades do setor.
O foco da iniciativa é a atração de investimentos públicos e privados por meio de ações que geram benefícios econômicos, fiscais e de crédito, além de aumentar o fluxo de turistas na Baixada Santista. A expectativa é que o distrito movimente até R$ 2,2 bilhões em investimentos nos próximos anos.
“Com o principal porto do hemisfério sul, Santos esbanja potencial turístico e nos orgulha por equilibrar um cotidiano agitado com momentos de tranquilidade à beira-mar”, disse o secretário estadual de Turismo e Viagens. O patrimônio histórico de Santos inclui a Linha Turística do Bonde, o Museu do Café, a Estação Ferroviária do Valongo e o Museu Pelé, entre outros.
A administração paulista já instituiu os distritos turísticos do Centro de São Paulo, o primeiro urbano do país; o da Mata Atlântica, o primeiro ecológico; o de Olímpia, que aposta nas águas termais; o de Serra Azul, com diversos parques de diversão; o de Iguape, com grande patrimônio histórico e ambiental; e o de Andradina, que conta com um parque aquático.
A organização dos distritos turísticos gera impactos significativos na visitação, fortalecendo empreendimentos já existentes e incentivando a instalação de novos negócios. Considerando todos os sete distritos criados, São Paulo tem potencial de movimentar cerca de R$ 12,5 bilhões até 2030, conforme o Centro de Inteligência da Economia do Turismo (Ciet).
Para impulsionar a iniciativa, a Secretaria de Turismo e Viagens lançou um manual de boas práticas para distritos turísticos e criou um fórum permanente para reunir e divulgar soluções para desafios de infraestrutura, incentivos econômicos e aprofundamento de políticas públicas.
Museu Ferroviário
O legado ferroviário da Baixada Santista tem grande importância histórica para São Paulo. O Complexo da Estação Ferroviária de Santos, tombado pelo patrimônio histórico, representa o marco zero para a implantação do traçado da ferrovia no estado. A Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, antiga São Paulo Railway, é pioneira por ser a primeira linha ferroviária paulista, eixo estrutural de transporte decisivo para a conexão entre o litoral e o interior.
Com o investimento do Governo de São Paulo, o Museu Ferroviário vai funcionar no Armazém 1 do Cais do Valongo, em um circuito de 700 metros de vias internas, uma via externa de 130 metros e pontos de acesso. O local terá equipamentos que vão permitir o trânsito de uma linha para outra, assegurando a continuidade da via e restauro de locomotivas, vagões e itens ferroviários de interesse histórico.