26 de setembro de 2025
18:40
Por: Evelyn Azevedo
Fotos: Gustavo Goes (Programa de Estágio/Secom) – Supervisão: Évelyn Azevedo
Neste ano, a E.M. “Quinzinho de Barros” apresentou, na sua tradicional mostra cultural, a temática sobre as personalidades que marcaram e marcam a história do Brasil. A 11ª edição da Expo Quin aconteceu nesta quinta-feira (25) com a presença de estudantes, familiares e da comunidade, contando, ainda, com oficinas interativas.
A exposição reúne trabalhos desenvolvidos desde o início do ano letivo, quando o tema é escolhido. O objetivo da ação é promover a aprendizagem, a interação e o diálogo em sala de aula, levando o conhecimento para além da escola, alcançando, também, os familiares.
A iniciativa reuniu diversas ações, tais como construção de maquetes, oficina de esportes adaptados, jogos interativos, resultando em espaços repletos de cores e ludicidade. Entre as personalidades estudadas estão a pintora modernista Tarsila do Amaral, o cantor nordestino Luiz Gonzaga, o rei do baião, o desenhista e quadrinista Maurício de Souza, o inventor brasileiro e criador do primeiro avião do mundo, Santos Dumont, o patrono da escola, Quinzinho de Barros, e o artista Leandro Portella, de 44 anos, morador de Araçoiaba da Serra, que após ficar tetraplégico desenvolveu a habilidade de pintura com a boca.
“Além dos trabalhos com pintores e músicos, hoje apresentamos, também, personalidades como o artista da região Leandro Portella para trabalhar a questão da educação inclusiva. Os alunos praticaram a pintura com a boca, algo novo que, além de trabalhar o senso artístico, também desenvolve a questão social”, destacou a orientadora pedagógica da escola, Priscila Borges Ribeiro.
Para aprofundar os estudos sobre Leandro, a professora da sala de recursos da unidade, Luciana Morales, foi até a casa do artista para entender sua história e o trabalho desenvolvido por ele. “Foi um momento de muita sensibilização, tanto das crianças quanto dos pais, então, propus que pintássemos com a boca e adaptamos os pincéis com EVA, para facilitar. Com a experiência eles perceberam muitas possibilidades, mesmo na deficiência física, e perceberam que são capazes de fazer qualquer coisa”, explicou emocionada.
Uma das alunas que participou das reproduções das obras foi Isabela Barros, do 3º ano do ensino fundamental. Orgulhosa de sua produção, a pequena mostrou duas pinturas feitas nas aulas, uma delas usando a técnica com a boca. “Foi uma sensação um pouco complicada, nunca tinha imaginado pintar com a boca. Achei que foi uma experiência muito legal”, ressaltou.
As aulas de educação física também abordaram a pauta de inclusão com o estudo de esportes paralímpicos. Durante a Expo Quin, os visitantes puderam participar de oficinas de esportes adaptados, como a esgrima, realizada com boia espaguete, cone e bolas. Responsável pela abordagem em aula, o professor da disciplina, Luiz Fernando Barroso Vieira, estava satisfeito com a recepção dos alunos sobre o tema. “Com a experiência eles vivenciaram um pouco da dificuldade que uma pessoa com deficiência passa, e começaram a ver que faz mais sentido a gente participar, querendo se divertir, ao invés de ganhar uma competição”, disse.
Pelas salas de aula e corredores da escola, quem visitou a mostra pôde conferir diversas atividades inspiradas nas histórias das personalidades estudadas. Santos Dumont estava representado por aviões construídos a partir das ideias dos pequenos, cada um fez o seu avião, com asas coloridas e em diferentes formatos. Já as obras de Tarsila ganharam um toque particular da unidade, os rostos da pintura “Operários” ganhou o rosto dos alunos. Enquanto Luiz Gonzaga foi homenageado com a produção de sanfonas, utilizando, com muita criatividade, papel colorido e rolos de papel higiênico.
“Nossa escola abre as portas para mostrar culminância de um trabalho pedagógico realizado durante todo o ano. O mais importante para a equipe é mostrar a qualidade da escola pública, nossa prioridade sempre. A presença das famílias e da comunidade em nosso espaço e faz com que todo trabalho seja reconhecido”, completou a orientadora pedagógica.